Ainda não foi em 2018 que retomei o meu tão amado blog.
E nada promete que seja em 2019 que o faça...
Continuo sem perceber se à semelhança da
cottage que para ali está sem que haja tempo e vontade para lá ir, precisa apenas que se lhe volte a abrir as janelas e limpe a poeira, ou se terá mesmo morrido e eu insisto em aqui voltar e dar-lhe de vez em quando um balão de oxigénio.
Há quatro anos atrás, como tornei público na altura, abracei um novo projecto e como em tudo o que faço, fui de alma e coração.
E tanto ali apliquei alma e coração que pouco mais sobrou de mim...
Nada arrependida, apenas... talvez tivesse sido possível fazer tudo de forma algo diferente.
De forma a não ter esgotado muito da minha essência nesse projecto.
Este ano fui acordando, aos poucos, poucochinhos, um pedacinho de cada vez...
E descobri-me diferente.
Abafada e apertada dentro de uma cinta espartilhada que não me dava espaço nem margem para levantar os olhos de um telemóvel ou de um PC, para rir, para dizer/fazer piadas, para me deixar encantar como sempre tinha sido com as pequenas coisas da vida e do mundo, para escrever, para inventar...
Uma cinta espartilhada que me apertava e me apartava do mundo lá fora; sim, continuava a viajar mas a atenção estava retida e não me deixava desfrutar como sempre tinha feito.
Livre no mundo sem horários ou restrições que me obrigassem a marcar presença física num local mas PRESA, presa... dentro de um telemovel, nas redes sociais deste projecto...
... que me sugava tudo e exigia ainda mais.
24hx7, dia após dia, dia após dia, dia após dia...
... completamente enredada...
Foi-se o humor, foi-se a magia e a graça, a leveza... e descobri-me quase vazia, com um buraco no peito e a cabeça em água.
"BASTA!", tive que dizer um dia depois de muito adiar.
Quero-me de volta.
Quero rir!
Quero escrever, quero pintar, quero ler e aprender.
Quero passear de cabeça levantada e olhos no horizonte, longe de um écran de telemovel.
Saí ainda há pouco de "dentro da cinta", e não é fácil resgatar-me de volta mas aos poucos quero crer que a coisa vai.
Recuperar o meu próprio ritmo, ficar online só mesmo quando eu quiser, dizer aos dedos que já podem voltar a escrever só o que quiserem, dar-me permissão para ter o prazer de não fazer nada; ser, estar, apenas.
Há projectos novos a dançar na minha cabeça e alguns já tomam forma na secretária mas cada um deles terá o seu tempo de acontecer.
E eu, se Deus e as musas quiserem passarei também a ter tempo e vontade de vos vir aqui escrever (posts com bastante mais piada do que este espero eu mas devia-vos esta explicação).
Por isso, até já!