E é que é muito bem feito!

O homem tinha de vir outra vez a França, e eu, como vocês muito bem sabem, não gosto que lhe falte nada; e entre ficar em ânsias em casa "Ai Jesus, se lhe cai um botão e não tem quem lho pregue!", "Ai coitadinho, que pode ter um sapato sujo e não tem quem lho engraxe", e fazer a mala, e vir também, lá fiz o sacrificio, e vim.
Esta Paris para onde viemos agora não é a Paris cidade/bulicio/shopping/museus do costume, é, ao invés, uma Paris bucólica e romântica (dizem eles no folheto, porque eu cá prefiro muito mais o romantismo da outra Paris).
Estamos num château cujo ano de construção remonta a 1230 (pese embora que nos nossos dias, do original, só reste o terreno)!!!
A história deste château tem sido um verdadeiro carroussel de emoções; através dos tempos ele tem evoluido (ou não) através da imaginação e sorte ou azar dos seus proprietários.
Herdado, ganho, vendido, ocupado, este château já viu umas quantas coisas e conheceu umas quantas pessoas (Earnau des Mesnuls, Christophe de Refuge, Robert de Combault, Maréchal de Villars, Balthazar, Count of Wall, Marquis de Maupeou, Monsieur le Roy de Camilly, the Counts of Nugent, etc, etc, etc, até mesmo o fundador da casa Guerlain foi um dos proprietários do petit château).
Enquanto Mais Que Tudo reúne com os seus pares, eu tenho tempo para passear pelas redondezas, pôr a leitura em dia ou…DORMIR, que é coisa que não consigo fazer durante a noite naquele quarto com as paredes forradas do mesmo tecido dos cortinados!
Não consigo dormir; durmo aos saltos (dizem que é o vento lá fora nas árvores e que são as madeiras do chão a estalar, mas eu tenho para mim que são os fantasmas que andam a forrar todo o castelo com aquele tecido da parede e dos cortinados)