Lembrei-me da primeira vez que assisti a uma missa Gospel.
Eu estava em NYC e queria porque queria ver/participar numa missa Gospel.
Perguntei na recepção do hotel onde e quando podia assistir a uma, e eles deram-me um papelinho com a morada.
Nesse Domingo, de manhã bem cedinho, enfiei-me num táxi com a T., demos a morada ao taxista (era no Harlem, onde mais) e lá fomos pela cidade.
O taxista parou defronte de uma fachada gloriosa dizendo-nos que já tinhamos chegado, pagámos e saímos.
Seguimos ao longo do muro gradeado procurando uma entrada, mas não a conseguíamos encontrar. Avistámos, do lado de dentro alguém que varria a entrada e acenámos para lhe perguntar por onde se entrava; respondeu-nos que o edificio estava fechado, só segunda-feira; mas como?
Teríamos chegado atrasadas para a missa?
"Missa?" perguntou ele "mas isto é uma universidade!"
Explicámos que tinhamos vindo de taxi à procura de tal igreja e que o taxista nos tinha deixado ali; riu-se e disse-nos "ah, isso é no Harlem e os taxistas não vão lá"
"Cabrões" pensei eu, mas não desisti da ideia; "É longe daqui?"
Ele disse que não e deu-nos as indicações:
- Atravessam este parque todo que está aqui atrás, depois entram na… e depois na…viram na..., seguem em frente…e depois...
Mas nós já tinhamos deixado de o ouvir e só olhávamos para o parque; árvores e árvores e mais árvores e nem uma alma se via.
- É seguro atravessá-lo? - perguntei eu com a cabeça cheia de imagens violentas das séries americanas.
Ele olhou para o relógio (eram sete e meia) e respondeu:
- A esta hora ainda é.(!!!)
Olhámos uma para a outra, como que medindo na outra a própria coragem, e metemos pés ao caminho.
Enquanto caminhávamos começou a nevar e o silêncio em que o parque dormia só era perturbado pelo som dos nossos passos, e aqui e ali um galho a quebrar ou um barulho de asas.
Era enorme o parque, e levávamos o credo na boca, mas lá acabámos por entrar em pleno Harlem onde fomos surpreendidas pelo ar arrumadinho das casas que se viam das janelas, as floreiras nos parapeitos, o bom aspecto geral dos prédios, coisa que os filmes não nos transmitem.
Relaxámos e desatámos a tirar fotografias; subíamos as escadas dos prédios como quem ali mora, pendurávamo-nos nas floreiras como se fossem nossas, agora com uma bola de neve, agora só a caminhar, agora encostadas ao Hummer amarelo…
Nas ruas já se viam algumas pessoas, gente de mais idade ou crianças, e fomos perguntando a direcção.
(para continuar)
Eu estava em NYC e queria porque queria ver/participar numa missa Gospel.
Perguntei na recepção do hotel onde e quando podia assistir a uma, e eles deram-me um papelinho com a morada.
Nesse Domingo, de manhã bem cedinho, enfiei-me num táxi com a T., demos a morada ao taxista (era no Harlem, onde mais) e lá fomos pela cidade.
O taxista parou defronte de uma fachada gloriosa dizendo-nos que já tinhamos chegado, pagámos e saímos.
Seguimos ao longo do muro gradeado procurando uma entrada, mas não a conseguíamos encontrar. Avistámos, do lado de dentro alguém que varria a entrada e acenámos para lhe perguntar por onde se entrava; respondeu-nos que o edificio estava fechado, só segunda-feira; mas como?
Teríamos chegado atrasadas para a missa?
"Missa?" perguntou ele "mas isto é uma universidade!"
Explicámos que tinhamos vindo de taxi à procura de tal igreja e que o taxista nos tinha deixado ali; riu-se e disse-nos "ah, isso é no Harlem e os taxistas não vão lá"
"Cabrões" pensei eu, mas não desisti da ideia; "É longe daqui?"
Ele disse que não e deu-nos as indicações:
- Atravessam este parque todo que está aqui atrás, depois entram na… e depois na…viram na..., seguem em frente…e depois...
Mas nós já tinhamos deixado de o ouvir e só olhávamos para o parque; árvores e árvores e mais árvores e nem uma alma se via.
- É seguro atravessá-lo? - perguntei eu com a cabeça cheia de imagens violentas das séries americanas.
Ele olhou para o relógio (eram sete e meia) e respondeu:
- A esta hora ainda é.(!!!)
Olhámos uma para a outra, como que medindo na outra a própria coragem, e metemos pés ao caminho.
Enquanto caminhávamos começou a nevar e o silêncio em que o parque dormia só era perturbado pelo som dos nossos passos, e aqui e ali um galho a quebrar ou um barulho de asas.
Era enorme o parque, e levávamos o credo na boca, mas lá acabámos por entrar em pleno Harlem onde fomos surpreendidas pelo ar arrumadinho das casas que se viam das janelas, as floreiras nos parapeitos, o bom aspecto geral dos prédios, coisa que os filmes não nos transmitem.
Relaxámos e desatámos a tirar fotografias; subíamos as escadas dos prédios como quem ali mora, pendurávamo-nos nas floreiras como se fossem nossas, agora com uma bola de neve, agora só a caminhar, agora encostadas ao Hummer amarelo…
Nas ruas já se viam algumas pessoas, gente de mais idade ou crianças, e fomos perguntando a direcção.
(para continuar)
A pena que tive de não assistir a uma sessão de gospel quando estive em Nova Iorque...
ResponderEliminarEu assisto ao St. Dominics Gospel Choir em Portugal e já gozo!
ResponderEliminarvidademulheraos40.blogspot.com.
Ahhh, Sexinho! Isso não se faz :) Estava pronta para ler toda a história e nada... Ai, ai :P
ResponderEliminarEu tenho uma cena de 'zona manhosa' manhosa na China Town, porque entrei pelo lado "não turístico" e foi muito estranho... Mas como dizem que eu tenho olhos asiáticos e, ainda por cima, tenho o cabelo liso e escuro, empinei o nariz e avancei segura (mas não formosa)! E andei feliz e contente, mas sempre a pensar "isto não é nada parecido com o que eu vi na net...", e SÓ NO FIM, depois de muito andar, encontrei a zona turística... :-) Mas, diga-se, gostei mais da zona manhosa! LOL
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