(ainda há cartazes a ser retirados)
Faz hoje um mês que descobri amigos que não sabia ter, vizinhos trombalazanas que afinal têm coração (e dos bons), gerentes de estações de serviço que à revelia de ordens superiores não hesitaram em colar o cartaz nas suas portas (ainda que para isso tivessem que bloquear o mecanismo abre e fecha e trancar os clientes lá dentro enquanto eu colava o cartaz), gente anónima que veio para a rua procurar a Mel, motoristas de auto-reboque que bateram a estrada à procura dela, policias que levavam cartazes nos seus carros de giro, chefes de esquadra que para além de afixarem o cartaz no quadro de alertas, imprimiram mais cartazes que levaram para afixar nas zonas onde moravam, carteiros (meu querido carteiro Pedro que foi o verdadeiro Super Homem, sempre presente, sempre disponível, sempre alerta, sem nunca perder a esperança) que instruíu os colegas e lhes deu os cartazes para afixar nas suas zonas de distribuição, bombeiros que afixaram o cartaz nos seus quartéis, instrutores de cães que entraram por territórios perigosos onde sabem existir lutas de cães (sim, isto existe e alguns animais são mesmo roubados para ser utilizados tanto nas lutas como para treino) para ver se ela lá estaria, gente de bairros duvidosos que me convidou, e ajudou, a colar cartazes nas suas portas (porque lá punham tanta merda (sic) e este afinal era por uma boa causa), associações que partilharam e partilharam, blogues conhecidos, outros que eu nem conhecia, blogues mais pequenos, blogues gigantes, de todo o lado do país que não temeram desvirtuar o seu blogue ou perder visitas (afinal não era um tema simpático de ler) e publicaram o meu pedido de socorro levando a minha voz muuuuuito mais longe, facecoisos pessoais, a Margarida que com a sua Sookie pela trela e com o coração pequenino arrastou o pai para todo lado a cada pista que aparecia, a mana Sara que não dormia e só perguntava pela Mel, o Nelson, a Carla e a sua Pi, que tarde da noite a procuravam, a minha Fátima que embora nunca tento tido um animal deu colo de MÃE e a tratou enquanto eu não chegava, o Ricardo (menino de rua, praticamente sem eira nem beira) que chamava e chamava enquanto passeava os outros cães (menino esperto que fez disso a sua profissão), todas as pessoas que telefonaram com pistas, a Laurinda Ângelo e a Fernanda da Silva que a encontraram à trela pela mão do Senhor X que a recolheu da estrada... bolas!
Tanta, tanta gente (que medo de ser injusta e estar a esquecer alguém)!
Faz hoje um mês que vi a coragem e a determinação nos olhos do meu filho, a tristeza profunda, profundissima, nos olhos do meu marido (meu porto de abrigo)...
Faz hoje um mês e durante seis longos e dolorosos dias que pus à prova (sem querer, foi sem querer rapazes) a paciência de ambos.
Faz hoje um mês que à medida que as horas passavam eu me sentia cair mais e mais num poço escuro e sem fundo... e não conseguia interagir com ninguém... nem convosco meus homens... precisava de calcorrear kms, precisava de longas horas na internet, precisava de fazer muitos telefonemas...precisava tanto, tanto de a encontrar!
Desculpem-me...
Eu estava num sitio tão fundo e tão escuro... e só os vossos braços me impediram de cair ainda mais fundo...
Agora está tudo bem, a minha familia está inteira.
Foram seis longos (muito longos) dias e noites, foram seis dias e noites de enorme dor, mas foram também seis dias e noites em que estivemos rodeados de AMOR.
:)
ResponderEliminarNão há nada tão reconfortante como ver a humanidade da humanidade. Tu e a Mel merecem!
ResponderEliminarPor isso que a Mel é... mel! Bjinho
ResponderEliminarAposto que ela não volta a afastar-se muito de vocês! :)
ResponderEliminarainda bem que já passou!
ResponderEliminarE tudo está bem quando acaba bem, e esta história acabou bem - ainda bem!
ResponderEliminarUau! Uma situação difícil e má, mas que revelou muita coisa boa!
ResponderEliminarApesar disso, faço votos de q nunca mais se repita!
estivemos todos com vocês!
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