Irra, até que enfim!

Encontrei, finalmente, o livro mais procurado (não, não é o Karenina)!
Antes da minha primeira incursão em terras da Arábia, foi preciso percorrer um longo caminho administrativo (mais pareciam os 12 trabalhos de Hércules) até conseguir o abençoado visto (a minha Quimera); neste caminho fui encontrando algumas pessoas que, para além de me ajudarem com a papelada, me foram também ajudando a compreender melhor a Arábia Saudita, o mundo árabe e os seus usos e costumes.
Uma delas, uma senhora inteligentissima, vendo-me tão interessada em aprender e querendo acrescentar-me conhecimento sobre um assunto em específico (levantado por mim), recomendou-me a leitura de um livro, livro este que não consegui encontrar uma vez que se encontra esgotado/indisponível (em todas as bases de dados consultadas).
A querida senhora, querendo mesmo ajudar, perguntou aos familiares e amigos se alguém tinha o livro e se mo podiam emprestar; e veio o livro!
Dificil, dificil de ler...a sério!
Lá me arranjei como pude para o ler; perturbador, o livro assaltava-me os sonhos e tomava-me conta das noites; tive muita vontade de desistir, mas voltava sempre a pegar-lhe...lá o li, em sofrimento...
De repente veio o visto, e num turbilhão eu já estava dentro do avião.
Quando regressei, quis devolver-lho mas...onde raio o guardei eu?
Lembro-me de o ter guardado, a salvo, para o devolver em perfeitas condições, mas onde?
E tenho procurado, e procurado, cada vez mais angustiada por estar a demorar tanto tempo a devolvê-lo.
Hoje, em perfeito estado de demência, virei a casa do avesso; passei mais uma vez as estantes a pente fino, abri armários, gavetas, procurei nos sitios mais improváveis (sim, até no roupeiro), dentro das malas, cheguei ao fim e voltei ao principio...
Em estado de desespero, lembrei-me do que faz Querida Mãezinha sempre que desespera por não encontrar o que perdeu...
O responso de Sto. António! Ela diz o responso de Sto. António!
E disse-o eu também; a seguir fui passear a bicha cadela tranquilamente.
No regresso, ao despir o casaco, levantei os olhos para uma estante e lá estava ele, onde eu já o tinha procurado MILHÕES de vezes, a sorrir-me trocista !
Coincidência? Diz que sim!