Atracção fatal

Antes de mais quero aqui deixar expressa a minha eterna gratidão a todos os que sabendo Querida Mãezinha menos bem de saúde, e sujeita a intervenção cirúrgica, aqui deixaram os seus votos de rápidas melhoras e a incluiram nas suas preces nocturnas; mais grata estou ainda, a todos os que me incluiram a mim também nas preces; cuidar de Querida Mãezinha é trabalho para uma casa de familia!
É trabalho a tempo inteiro; voluntariosa, teimosa e irrequieta, assim é Querida Mãezinha (é assim a modos que um miúdo de 3 anos, mas com metro e meio e sessenta quilinhos).
Adiante, Querida Mãezinha é rija e recupera rápidamente, o problema é que se volta a estragar muito rápidamente também.
Terminada a fase convalescente (Sábado) retornou Querida Mãezinha ao seu ninho; ela feliz e contente por retomar as suas rotinas, eu com o credo na boca, como sempre.
Querida Mãezinha (Vovó Dinamite, para Filhinho Mais Lindo Riqueza de Sua Mãe), tem em si algo que a atrai para o abismo; bom, para o abismo não será, mas podemos dizer que o chão a atrai de sobremaneira.
A força da gravidade exerce em Querida Mãezinha uma pressão maior do que nos restantes mortais (só isto poderá explicar a quantidade de tombos que dá), e como tal, passa a vida a abraçar o chão e naturalmente, magoa-se.
Não há ossinho naquele corpinho que não tenha já sido partido e poucos não terão plaquinhas metálicas  lá enfiadas para suporte (um problema passar com ela no aeroporto).
Já pensei embrulhá-la em plástico de bolinhas, mas Querida Mãezinha mostra-se pouco receptiva à ideia; diz que lhe estraga as toiletes (é coquete como tudo).
Hoje logo pela manhã, não resistindo, mais uma vez, ao canto da sereia das pedras da calçada, lá mergulhou outra vez...
Menos mal, que desta vez não partiu nada; tem um sobrolho aberto e diz que tem de o curar até ao Natal,  porque senão depois nem se quer ver nas fotografias...