A chave

Quando mãezinha deixa a chave de casa dentro da dita e fica à porta, aqui a menina mete-se no carro e faz centenas de kms, prego a fundo, para não deixar mãezinha sentada nos degraus!

Mãezinha mora na encosta da colina, numa parte antiga da cidade, num prédio muuuuuuuito antigo, anterior ao grande terramoto e que à data era convento; prédio robusto, com paredes muito grossas e grandes fechaduras nas portas, como convinha na altura (por causa dos brutos que por aí grassavam a querer violar freirinhas); ora estas portas, com estas fechaduras, têm-me dado cabo da cabeça e da vidinha desde tempos ancestrais (em miúda cheguei a ter que andar encarrapitada no telhado para entrar pela janela das águas-furtadas)!
Paizinho nunca quis mudar as fechaduras porque sempre afirmou que "mais seguro não há" - certo, se foram capazes de proteger as freirinhas...-  acontece que estas belíssimas fechaduras, só abrem com chaves especiais; daquelas que não é possivel duplicar...porque são feitas em ferro e grandes com´ó caraças!
Vai daí que apenas existam 3 exemplares!
A de mãezinha, outra que está na prima velhinha (que morava ali em frente e depois resolveu que no Alentejo é que se estava bem e para lá foi, levando com ela a dita chave) e a minha!
E foi por isso meus piquenos...(lá me falta aqui o raio do bicho fofinho) que hoje não tiveram direito a post de "Bom dia"; vinha gastando borracha de pneu, comendo o pó da estrada, galgando montes e vales, na ganguinha da pomada (expressão muito antiga a significar alta velocidade), em missão de salvamento!