quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Os Bichos Cá de Casa ou A Trabalheira Que Eu Tenho!


Como já aqui foi dito gosto de bichinhos (cobras, lagartos e osgas não entram nesta categoria), e à conta disto tenho a sensação de ter sempre vivido num Jardim Zoológico.

Gatos, cães, galinhas, patos, periquitos, papagaios, tartarugas e uma pulga ou outra de vez em quando; já tive de tudo!
À conta disto tenho uma trabalheira danada claro está!
Já para não falar da despesa!
Uma loucura!
Há alguns anos atrás, quando as gatinhas que tinha já estavam muito velhotas, jurei a mim mesma que quando elas partissem para o Paraíso dos gatos, eu não mais voltaria a cair na esparrela de trazer gente de quatro patas, ou emplumados de duas, para casa.
Pois...só não contei com o rapaz que cá mora! O rapazito para além de alguns traços físicos, uma dose considerável de resmunguice e mau feitio meus, herdou também o amor pela bicheza!
E foi assim que depois da Missy ter partido fiquei a braços com uma criança que chorava todas as noites, durante meses e dizia entre soluços “não tenho ninguém para amar” (sic)!
Bem o tentei convencer de que ali estava eu, disponível para ser amada e muito amável por sinal, mas não me valeu de nada; o rapaz queria alguém para amar e tinha de ser alguém de quatro patas e felpudo! Gato ou cão, não interessava! Peixinhos não podia ser e pássaros também não.
Ao fim de mais ou menos seis meses de choro nocturno, ainda resisti um bocado, comecei a amolecer; e foi aí, sim foi aí, que dei comigo a pensar que caramba, só um bichinho também não faz grande mossa; e mais, se fosse um gatinho então não incomodava nada; são independentes, não precisam de alguém colado a eles todo o dia, ao contrário dos cães; não precisam de ser passeados, nem se aborrecem sozinhos.
E pronto! Tramei-me!
Quando dei por mim já tinha o plano arquitectado! Iria tratar de tudo com a União Zoófila e no dia de anos do moço, aparecia-lhe com o bichinho para amar!
E foi assim que a Rita aqui apareceu!
Durante um ano foi filha única mas depois, e à conta de querer ser boazinha e arranjar um gatinho para a filha de uma amiga, trouxe para casa o Sebastião que, nove meses depois, fez da Rita mãe da Leonor!
E começou a confusão! Pêlo por toda a parte, cestos de verga ou palhinha todos arranhados, caixote para limpar, comidinha e água fresca para colocar, desinfecção das bancadas da cozinha e da placa do fogão (amor, como é que quando comprámos a placa, não demos conta que era a ÚNICA sem tampa???) 45 vezes ao dia, unhas para cortar, etc, etc, etc!
Agora, há quase dois anos atrás é que foi a desgraceira total! Onde teria eu a cabeça naquele dia em que o raça de miúdo me telefonou e disse a rebate “Mãããããe! Tens de vir aqui rápido! Está uma toxicodependente (ele disse drogada mas não é politicamente correcto), no meio do trânsito a tentar vender um cachorrinho bebé!”.

Eu até não estive mal; disse, redisse e insisti que não ia, mas que querem, foi mais forte do que eu...
Lá fui, só para ver...
Abordei-a, só para saber...
Negociei, só para ver até onde ela ia...
Paguei-a, só para salvar a bichinha...
Trouxe-a para casa, só para dar banho, levar ao veterinário e depois arranjar um dono bom...
O BICHO JÁ AQUI VIVE VAI PARA DOIS ANOS!!! 

E eu adoro-a...
Como se não bastasse a confusão que já tinha, agora tenho também a Mel que se aborrece e sofre de crises de ansiedade por estar sozinha (por conta disto rói tudo o que apanha), precisa de correr, brincar e mais não sei o quê na rua, tem medo de andar de carro, e quando a isso a obrigamos treme convulsivamente, fica com a respiração pesada e ofegante, baba-se quase a ponto de desidratar, larga pêlo por todo o lado (mais do que aquele que larga normalmente) e num dia bom, ainda me vomita o carro todo!
O amor aos animais ainda há-de dar cabo de mim!
PS- Já mencionei que também cá mora uma tartaruga? Ah, não? É a Areias!

2 comentários:

  1. Ui, ui... quando eu era só filha, também fiz essas graças à minha mãe... numa altura que ela esteve fora, obriguei o meu pai a comprar-me uma cadela. Depois... enfim... depois já lá estava e não havia nada a fazer. Um ano depois, convenci-a que era absolutamente necessário adquirir-lhe um noivo... Foi a loucura. Era um casal muito instável e a precisar de aconselhamento matrimonial permanente...
    Agora (e absolutamente contra a vontade de marido) acedi na compra de pequena Cutxi, que chegou na noite de Natal e a emoção foi tanta que filho chorou a noite toda (convulsivamente) :s Agora (e depois da fase em que a esfregona foi a minha melhor amiga) já está tudo calmo (e ela porta-se muito bem) e, assim, filho manda no cão em vez de tentar mandar em mim :DDDD

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